O TRUQUE


Na verdade, o truque é simples.

É colocar amor em tudo que você faz; esta é a principal diferença entre obrigação e diversão. Tudo que a gente faz com amor se torna leve e agradável; nem sentimos o tempo passar.

Namorar é bom, se você ama a pessoa com quem está; os seus passatempos são atraentes, porque você gosta deles. O próprio trabalho se torna divertido, quando é feito com amor.

É só pensar um pouco, e você vai ver que isso funciona em tudo, na vida. Eu já ajudei a criar quatro filhos, e sei que esse é um trabalho cansativo e interminável; mas o amor o torna doce.

Só note que eu disse “simples” e não “fácil”. A gente não manda no sentimento; tá mais pro contrário. Se pudéssemos gostar de quem e do que queremos, a vida seria mais tranquila.

Porém, não é o que acontece. A simpatia e a antipatia, o amor e a aversão não dependem da nossa vontade. São coisas que surgem, como se estivessem guardadas em nossa alma.

E talvez seja assim mesmo, se estiverem certos os que pregam a reencarnação; eu, como já disse antes, não estou aqui para falar das minhas crenças; apenas para filosofar um pouquinho.

Mas deixemos a religião pra lá. Lembro de um tempo no qual tentei pensar que gostar fosse questão de opção: é bem mais fácil, quando só vemos o lado bom das pessoas e das coisas.

Entretanto, acredite: só funciona por um tempo. Paradoxalmente, só conseguimos fazer isso quando já gostamos de alguém. E, mesmo assim, gostar é uma coisa; amar é outra.

O amor nasce em nós. E é como uma planta parasita: começa devagarinho, e vai envolvendo a gente; quando percebemos, ele já tomou conta de nós. Mas não sufoca; nos faz crescer.

Às vezes, ele surge de um sorriso, um olhar, ou um gesto simples, como passar a mão pelos cabelos; às vezes, vem de uma palavra ou uma atitude. Mas sempre muda nosso jeito de pensar.

Não adianta negar: o amor altera a nossa forma de ser e ver o mundo. Deixamos de sentir-nos sozinhos, de pensar apenas em nós mesmos. O amor nos arranca da casca, nos faz expostos.

Mas, enfim, é preciso estar exposto. Aquele que não se arrisca a sentir a frieza da chuva, também não conhecerá o calor amigo do sol. Felicidade e sofrimento passam pela mesma porta.

Aprendi isto, ao longo dos anos. E também que, no frigir dos ovos, é uma questão de custo/benefício; é preciso ver quanto algo nos custa e quanto nos beneficia, para saber se vale a pena.

E ainda acho que vale a pena amar. 

Vídeo. Gravação nova, música velha; ambas espetaculares. 

  

Comentários

  1. Siempre vale la pena amar. Te mando un beso.

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  2. Todo merece la pena, es mucho mas amable si nace desde el amor, tu texto es maravilloso y como colofón ste maravilloso disco que me ha emocionado ver y oir....me ha trasportado a oros espacios y echo sentir mucho....
    gracias amigo por haber visitado mi página, pero mucho mas porque he tenido el placer de visitar la tuya
    Un abrazo

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  3. Olá :)
    Adorei o que li.
    Deu um pequenino aperto quando li aqui "frigir".
    Era o que a minha avó dizia e que eu da cidade, não entendia :)
    Uma palavra que pouco se usa agora.
    Amar vale sempre a pena.
    Não conhecia esta música e gostei muito.
    Esta sua excelente partilha é de Abril de 23...
    Por onde anda ? :)
    Abraço e brisas doces ****

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